sábado, 26 de março de 2011

O presente para o futuro


   O telefone não toca. Não mesmo. Ninguém me liga para me propor algo extraordinário para sexta à noite porque sabe que eu vou desconversar e não irei. Sair do meu mundinho me custa muito, pois sou extremamente carente de segurança e por isso acredito que permanecer em minha casca seja mais conveniente. Tenho curiosidade em saber a sensação de ser requisitado, o que não quer dizer que eu seja desprovida de pessoas que me solicitam, mas são solicitações específicas, que dependem da companhia, do lugar e do meu estado de espírito. Praticamente preciso de convite impresso para sair, onde conste data, hora, local e traje.
  Tenho poucas amigas, mas são de longas datas e que moram a 2 minutos da minha casa. O nosso programa preferido é estarmos juntas e falarmos sobre as nossas novidades, comentar algo interessante, pretensões futuras e acabarmos sempre nos mesmos assuntos de sempre. É gostoso, pois daqui a algum tempo iremos comparar e relembrar de tudo o que planejamos. Nessa de imaginar como poderia ser a nossa vida no futuro, percebo que estamos deixando de vivenciar o presente e aproveitar o que um dia nos fará falta, a juventude. Só que optamos por aproveitar sem encher a cara, nem virar madrugadas em claro e nem criar um filho com pouca idade.Somos privilegiadas, temos a chance de escolher.
  Queremos tudo e ao mesmo tempo nada. Eu quero estabilidade, Nina almeja um amor, Soraia aprimorar os estudos e Anita um emprego mais rentável. Mas concluímos que cada coisa vem com o tempo, porém temos a impressão de que não virá. Eu sei, eu sei... trata-se de apenas ansiedade de 20 de poucos anos. Nós crescemos, não somos mais aquelas que um dia brincavam de Barbie e de Pique sem preocupações, estamos em busca do que não conhecemos e que por receio, nem sempre nos permitimos conhecer. Nos impomos os nossos limites e agora é mais conveniente (con)viver com eles. Temos saído mais e combinado menos, vivendo mais e nos preocupado menos, nos arriscando mais e planejado menos. E isso tem sido uma experiência maravilhosa, um passo adiante mesmo.
  Mas sinceramente, desejo que daqui a um tempo o meu telefone toque mais a noite, mas que seja para ser convidada para o casório da Nina. E que eu receba uma mensagem de sms da Soraia onde ela me noticie a sua classificação num cargo público ou quem sabe um email da Anita de madrugada propondo que marquemos uma viagem entre amigas para celebrar as nossas conquistas, mas tudo por conta dela, é claro, afinal ela até lá terá um emprego bem remunerado e poderá pagar as despesas sem preocupações. Ah, eu? Eu serei a pessoa mais feliz do mundo por ter acompanhado cada uma delas chegar aonde chegaram.
  O nosso destino vai mudar, talvez nem vamos morar na mesma rua e não será possível pedir açúcar a elas quando eu precisar. Não vai ter ninguém para opinar se meu vestido novo combina com o par de brincos que comprei, a única certeza que tenho é que a amizade que nos uniu será permanente e que em breve meus filhos serão considerados de vocês e o de vocês os meus, assim como nos prometemos. Com tudo isso, eu quis dizer que a nossa convivência pode diminuir em decorrência da rotina, da vida, do destino (...) mas o amor que dedicamos umas as outras será o que manterá a nossa amizade a mesma de 15 anos atrás.

  Só que isso é para o futuro, agora irei ligar para elas - enquanto há tempo- e convidar para darmos umas gargalhadas do passado, planejarmos o futuro e VIVER o presente. É agora, go!


 Nina, Anita, Soraia  -  [enviar]

Beijos,
Glau.

sábado, 19 de março de 2011

Diálogo

Diálogo na cantina do trabalho

Tio da cantina: - E aí, vai de que hoje?
Glau: -  Tem suco e biscoito integral?
Tio da Cantina: - Não. Temos coxinha, kibe, joelho, refrigerante ...
Glau: - É... Então me vê um Toddy e o troco de bala.

Diálogo no Quiosque da faculdade

Atendente: - Fala, minha filha...
Glau: -  Tem sanduíche integral?
Atendente: - Ih, está em falta...
Glau: - Então me vê um açaí.

Diálogo no Quiosque do shopping

Vendedora: - Pois não?
Glau: -  Boa tarde! Me vê um capuccino com sanduíche de pão integral com queijo branco e peito de peru, por favor?
Vendedora: - Olha, estamos sem o sanduíche...
Glau: - Ah, que pena. Então pode ser um capuccino acompanhado de uma porção de pão de queijo.

***

   Todos esses diálogos, de origem verídica, servem para ilustrar a situação atual. Cadê a coragem para enfrentar a balança agora? Se vocês observarem eu não mostrei resistência em nenhum dos fatos acima, e o pior, não há culpados, nem mesma eu. Ninguém me coagiu a aceitar qualquer um desses "lanchinhos", eu estava lá sozinha. Pequei em não argumentar e nem deslocar para encontrar opções que se encaixassem em meus objetivos. É uma frustração para quem teve determinação para eliminar 23 kgs e agora não tem a mesma força de vontade para eliminar 3 kg. Se eu não aprendi a me alimentar melhor, então a R.A. ainda não foi incorporada por completo aos meus hábitos alimentares.
  Certa vez ouvi um médico dizer que é mais fácil se educar alimentarmente do que se reeducar. Mas para que eu possa reaprender, eu preciso aprender de uma vez por todas.

Beijos,
Glau.

sábado, 5 de março de 2011

Sem confete, sem serpertina

  Não há momento mais oportuno para postar. Ah, o carnaval. Se eu saísse na avenida hoje seria mascarada para esconder todos os deslizes cometidos após saber que estou - ou estava - pesando 61,5 kg. Foi inevitável. Na verdade, sempre que eu descubro que estou com um peso favorável, eu faço isso. Não aguento mais escrever em meu planejamento alimentar diário a palavra: RAZOÁVEL. Por isso, não há motivos para jogar as mais variadas cores de confetes aos ares.
  Por vários momentos me vi agindo como antigamente, comendo sem perceber e, além disso, passei a ter visões constantes de pessoas acima do peso a minha volta (na rua, na praça, no ônibus, nas lanchonetes). Entendi isso como um alerta e me coloquei no lugar de cada uma delas, constatando que não seria ali que eu gostaria de estar, afinal eu já estive perto de ser.

(Capítulo encerrado)
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  (Próxima Página)

  Época festiva. Pessoalmente, não tenho o hábito de pular carnaval, apesar de a minha cidade valorizar a tal festa. Gosto de ver as festas de rua e a criatividade das pessoas ao se transformarem em um personagem. Só que não tenho vontade de me deslocar da minha casa para sacolejar ao som alto e com tantas pessoas ao meu redor, que impedem a minha mobilidade e de vez em quando prejudicam a minha respiração. Então, me imagino com falta de ar, meu óculos de grau caindo, eu me perdendo das minhas amigas e pensando assim, prefiro evitar. Mas acho linda a festa e o brilho no olhar das pessoas que amam o carnaval. 
   Portanto, assim como tantas outras pessoas, irei aproveitar o feriadão para descansar e organizar de verdade as minhas coisas, já que não semana seguinte o ano começa e a minha rotina fica mais intensa com o retorno à faculdade. Começando por organizar o meu próprio espaço (leia-se quarto) e todas as coisas que comporto nele, principalmente material de estudo. Quero dar destino a algumas coisas que estão ocupando espaço sem nenhuma utilidade. Resumindo, F-A-X-I-N-A!

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(Notas)

  - Comprei minha primeira prenda de emagrecimento. Com a eliminação de 1 kg, presenteei-me com uma carteira bem bacana.
- Comprei uma calça tamanho 40 e caiu como luva.
- Tirei minhas medidas e o resultado foi estimulante. Está diminuindo.
-  Vou colocar minhas visitas em dia.
- Fechando a boca em 3,2,1. (Última e mais importante)


       (Ilustração)  - Veio a calhar

(Considerações do autor)

Beijos,
Glau.